Autoavaliação e Planejamento Estratégico

Nos últimos anos, temos acompanhado a expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) e, com ele, o aumento dos desafios para elevar os padrões educacionais, científicos e tecnológicos do Brasil. Nesse contexto, a avaliação ganha papel central, pois confere a análise da qualidade dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) ofertados pelas Instituições de Ensino Superior (IES) do país e, ao mesmo tempo, induz o perfil de formação de novos pesquisadores em diferentes áreas do conhecimento.

No campo da avaliação da Pós-Graduação stricto sensu, verificamos duas dimensões articuladas. A primeira, caracterizada como uma heteroavaliação, de origem externa, com finalidade formativa e somativa, do tipo normativo e criterial. Ela é realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e tem como propósito conferir o grau de qualidade de um PPG, atribuindo-lhe uma nota (variando entre 3 e 7). Quanto maior a nota, melhor será a classificação do Programa.

A segunda dimensão corresponde à autoavaliação, de origem interna, com finalidade diagnóstica e formativa e do tipo criterial. É realizada pelo próprio PPG e se insere em um conjunto de ações que visam, no seu processo histórico, a fortalecer o papel das IES nas decisões relativas à Pós-Graduação, fundamentando-se em uma análise de suas potencialidades e fragilidades, a fim de oferecer os elementos para subsidiar a elaboração de um Planejamento Estratégico.

Com o propósito de fortalecer a Autoavaliação e o Planejamento Estratégico, a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) criou, no ano de 2012, o Programa de Melhoria da Pós-Graduação (PROPOS), tendo como objetivo a melhoria gradual da nota CAPES dos PPGs, tendo em vista o:

(a) Monitoramento da qualidade do programa, seu processo formativo, produção de conhecimento, atuação e impacto político, educacional, econômico e social.

(b) Foco na Formação discente pós-graduada na perspectiva da inserção social e/ou científica e/ou tecnológica e/ou profissional, presencial e/ou a distância do programa (Brasil, 2019, p. 11-12).

A ideia central do PROPOS é estabelecer a cultura de autoavaliação formativa a fim de orientar a construção do Planejamento Estratégico de cada PPG, construindo metas de desempenho que levem em consideração os critérios de cada uma das 50 áreas de avaliação da CAPES e recomendações descritas nas fichas de avaliação da Diretoria de Avaliação (DAV). Com a divulgação, pela CAPES, das novas normas de avaliação e diretrizes, que estabelecem os requisitos específicos para a autoavaliação e o Planejamento Estratégico dos PPGs, a UFES realizou uma revisão dos procedimentos utilizados no PROPOS. As principais mudanças incluem a construção de uma Comissão Interna, Consultoria de Avaliador Externo e implementação de Meta-Avaliação.

Além disso, com base nas diretrizes estabelecidas pela Portaria CAPES nº 148/2018, o PROPOS centralizou sua análise considerando os princípios norteadores da avaliação de área da CAPES para o quadriênio 2021-2024, especialmente na definição das áreas estratégicas que fundamentam sua estruturação em relação aos quesitos Programa, Formação e Impacto na Sociedade, considerando sua interface com os respectivos itens e indicadores:

Do ponto de vista metodológico, o PROPOS adequou suas ações em 2024, definindo a seguinte sequência de etapas:

Todo processo de Autoavaliação é conduzido por uma Comissão interna, formada pelos PPGs, utilizando como fontes os seguintes documentos:

Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFES 2021-230 (disponível no link: https://proplan.ufes.br/sites/proplan.ufes.br/files/field/anexo/pdi_2021...);
Relatório do PROPOS da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFES;
Projeto de Curso do PPG;
Dados preenchidos na Plataforma Sucupira referentes aos anos anteriores;
Dados gerados na Plataforma Stela Experta e no Sistema Tarrafa;
Relatório de Meio-Termo do PPG disponibilizado pela CAPES;
Questionário de Autoavaliação elaborado pela PRPPG e/ou pelo PPG/UFES.

É importante destacar que, desde 2018, a PRPPG passou a incluir a participação de um consultor externo no PROPOS, com as seguintes atribuições:

As atividades de Planejamento Estratégico dos PPGs incorporaram, de forma explícita, o alinhamento entre o PDI/UFES, Planejamento Estratégico da Pós-Graduação da UFES e Planejamento Estratégico da Pós-Graduação de cada PPG. Enquanto o PDI/UFES e o Planejamento Estratégico da Pós-Graduação da UFES abordam questões fundamentais da instituição, como a sua estrutura organizacional, prioridade de investimento, processos de trabalho e orçamento, o Planejamento Estratégico do PPG é mais conciso e objetivo, concentrando-se nas ações necessárias para a melhoria do PPG. Para isso, o PROPOS assumiu a matriz SWOT como uma ferramenta de análise sistemática que permite avaliar elementos importantes e oferecer subsídios para o estabelecimento de metas a serem incorporadas no Planejamento Estratégico.

A sigla SWOT corresponde a quatro variáveis: duas associadas a fatores internos e organizacionais, como Strengths (Forças) e Weaknesses (Fraquezas), e duas relacionadas com fatores externos e ambientais, como Oportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Por ter essa característica organizacional, a matriz SWOT evidencia as forças e fraquezas no ambiente interno, bem como as oportunidades e ameaças no ambiente externo, possibilitando ao Colegiado do PPG elaborar estratégias para melhorar o desempenho do Programa.

A criação do PROPOS contribuiu para a ampliação no número de PPGs e melhorais em suas notas, cenário que pode ser observado quando comparado o recorte temporal entre 2010 a 2024. Em 2010, a UFES contava com apenas 13 cursos de doutorado, dos quais 3 (23%) apresentavam nota CAPES igual a 5. Em 2013, esse número ampliou para 18 cursos, com 7 (38%) alcançando a nota 5. Dos 27 cursos de doutorado, avaliados na quadrienal 2013-2016, 13 (48%) obtiveram nota igual a 5, além de outros 2 cursos associados com demais instituições, de igual nota.

A quadrienal 2017-2020, divulgada em 2022, evidencia a ampliação no número de Programas (64), e avaliação de 3 (5%) PPGs nota 6, uma nota que indica desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência. O crescimento no número de cursos de doutorado com nota 5 também foi expressivo, passando de 13 para 22, representando 35% dos programas da instituição. Atualmente, 31 Programas possuem nota 4, totalizando 48% do conjunto. Por outro lado, os Programas com nota 3, que representavam cerca de 45% dos PPGs da Ufes, agora somam apenas 8, correspondendo a 12%. No ano de 2024, a Ufes aprovou 2 Programas novos (Mestrado) e 9 cursos de doutorado.

Em 2025, a Ufes possui um total de 66 Programas, 64 de Mestrado e 42 de doutorado, como expresso na imagem abaixo:

Todos esses números evidenciam o modo como a UFES se constitui como uma referência no cenário acadêmico-científico nacional e internacional, contribuindo, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, com os avanços científicos, tecnológicos, educacionais, culturais e sociais. A Ufes tem figurado entre as 30 melhores instituições do país desde 2015, alcançando a 24ª colocação geral em 2023, a 10ª posição no indicador “Inovação”, a 25ª posição no indicador “Pesquisa” e a 26ª colocação no indicador “Internacionalização” (RUF, 2023).

A UFES, em 2019, passou a integrar a lista de universidades brasileiras classificadas na faixa de mais de 1.201, no ranking Times Higher Education (THE), considerado um dos principais rankings universitários do mundo, que utiliza critérios de ensino, pesquisa, citações, internacionalização e transferência de conhecimento como indicadores de desempenho das universidades. No ano de 2024, a UFES ficou classificada na 49ª posição entre as instituições da América Latina, com uma melhora significativa nas citações, indicando o impacto da Pesquisa e da Pós-Graduação na comunidade científica internacional.

Por fim, em 2024, a Ufes ficou na 21ª posição entre as universidades brasileiras e em 36ª posição na América Latina no Webometrics Ranking of World Universities que considera critérios, como excelência em pesquisa, transparência e impacto na web. Outro dado relevante que confirma o crescimento da UFES é o significativo aumento do número de bolsistas em produtividade nível 1 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que subiu 214% em um período de 12 anos.

Na sequência, são elencados os relatórios, informativos e materiais de apoio que têm orientado a construção das Autoavaliações e dos Planejamentos Estratégicos dos PPGs da UFES:

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